Uma empresa com a capacidade de se adequar rapidamente a fatores externos não desejáveis, já possui uma excelente habilidade competitiva. Contudo, embora ser ágil seja uma excelente qualidade organizacional, tal habilidade por si só não garantirá que a empresa esteja sempre à frente das outras.

Por mais que sua organização seja ágil e adaptável, a frequência, as características e a intensidade desses fatores externos, que você não consegue controlar, poderão ser maiores do que a sua capacidade de se ajustar. Nesse cenário, o desenvolvimento da Inteligência Competitiva vem como um requisito organizacional importante para passar instabilidades e mudanças e maximizando suas chances de sucesso.

Vamos entender nesse artigo o que é Inteligência Competitiva e como desenvolver técnicas, estruturas e comportamentos para tê-la em sua empresa.

Propósitos

A construção da Inteligência Competitiva é um processo evolutivo que apoia a organização na previsão de cenários futuros com estimativas fundamentadas e suficientemente confiáveis para as tomadas de decisão. Essa previsibilidade permitirá que a organização tome ações de forma antecipada ao mercado, minimizando impactos negativos e maximizando ganhos de oportunidades. Colocando em tópicos, podemos dizer que a Inteligência Competitiva ajuda a organização a:

  • Evitar surpresas.
  • Reduzir incertezas na tomada de decisão.
  • Prever grandes mudanças estruturais no mercado.
  • Prevenir-se de surpresas tecnológicas.
  • Ter melhor perspectiva da capacidade atual e futura do concorrente e de suas intenções.
  • Avaliar de forma objetiva sua posição competitiva atual e futura.
  • Identificar ameaças e oportunidades.
  • Melhorar o planejamento de curto, médio e longo prazo.

Transformando simples dados em conhecimento

A criação da inteligência competitiva consiste em etapas para o tratamento de dados sem relevância, transformando-os em informação, depois em conhecimento e, por fim, na inteligência, conforme a hierarquia evolutiva desenhada abaixo:

hierarquia Int Competitiva

Mas qual é a diferença entre essas coisas?

Podemos entender dados como resultado de simples observações sobre uma situação ocorrida. Em geral, são facilmente estruturados e transferíveis, comumente obtidos por máquinas e frequentemente quantificados.

Já a informação constitui dados trabalhados e dotados de relevância e propósito. Diferentemente de dados, ela requer capacidade de análise, exige consenso em relação ao seu significado e exige, necessariamente, medição humana.

O conhecimento é a informação valiosa da mente humana que inclui reflexão, síntese e contexto. É de complexa estruturação, raramente capturado em máquinas, frequentemente com propósitos táticos e de difícil transferência devido aos seus fundamentos de reflexão e contexto.

A inteligência é o cume dessa evolução. Constitui as conclusões fundamentadas dessa série de análises dotadas de propósito e, geralmente, vinculadas a perspectivas de ações.

Podemos perceber claramente, com essas explicações, que a criação da Inteligência Competitiva é um processo evolutivo no qual transforma-se algo sem valor em algo de grande propósito estratégico.

Conhecimento a favor da estratégia

Em uma pesquisa realizada pela consultoria Flud com 140 profissionais especialistas em análises estratégicas, dois terços admitiram que suas empresas foram afetadas por, no mínimo, três eventos de alto impacto na área da competitividade nos últimos cinco anos que antecederam a pesquisa. Para 97% deles, suas empresas não tinham qualquer sistema de alerta precoce destinado a prevenir surpresas semelhantes no futuro.

Esse é o grande ponto colocado no início deste artigo. Sem sistemas e métodos de geração de inteligência, sua empresa fica totalmente vulnerável e reativa a forças externas como tecnologias, concorrentes, economia ou sociedade, gastando tempo e dinheiro corrigindo falhas de movimentação e desvios não previstos, ao invés de utilizá-los para seguir em frente com toda força.

Segundo Michael Hammer, especialista em reengenharia de processos, o segredo do sucesso não é prever o futuro, mas criar uma organização que prosperará em futuros que não podem ser identificados com precisão.

Tecnologia a favor da Inteligência Competitiva

A tecnologia, junto com pessoas, é um dos catalizadores utilizados nesse processo de transformação para criação da Inteligência Competitiva. Ela pode servir para diversos fins como ser ferramenta de integração, organização, segurança e disposição eficiente dos dados e informações. Pode servir também como meio de dar acesso, socializar, disseminar e auxiliar no processo de avaliação de dados e informações, além de poder ser um local parametrizável para coleta, armazenagem, classificação, tratamento e recuperação deles.

Nesse leque enorme de entregas que a tecnologia nos oferece, podemos sugerir alguns tipos de sistemas geralmente utilizados em empresas que investem nesse âmbito, para que sejam incorporados ao seu negócio.

Sistema de Informações Gerenciais (SIG): é um conjunto de sistemas que atendem ao nível gerencial de uma organização, munindo os gerentes de relatórios ou de acesso on-line aos registros (indicadores) táticos de desempenho da organização.

Sistema de Apoio às Decisões (SAG): ajuda os gerentes a tomar decisões não usuais, que se alteram com rapidez e não são facilmente especificados com antecedência. Abordam problemas cujo procedimento para se chegar a uma solução pode não ter sido totalmente predefinido.

Sistema de Apoio ao Executivo (SAE): atende ao nível estratégico da organização, aborda decisões não programadas que exigem bom senso, avaliação e percepção, uma vez que não existe um procedimento previamente definido para se chegar a uma solução. Os SAEs são projetados para incorporar dados sobre eventos externos, como novas leis tributárias ou novos concorrentes, mas também adquirem informações resumidas do SIG e do SAD internos.

Pessoas a favor da Inteligência Competitiva

Pessoas, um catalizador, a pedra angular e o único fator capaz de construir a Inteligência Competitiva. Como dito no início desse artigo, a geração do conhecimento e inteligência passa por um processo de maturação da informação, colocando-a em um ciclo de reflexões, questionamentos, contextualizações, filtros e refinamentos. Nenhuma máquina ainda conseguiu desenvolver a habilidade que o ser humano tem para esse tipo de entrega.

Mas, para que consigamos chegar ao ponto de encontrar respostas preditivas bem fundamentadas sobre cenários futuros, é importante que os dados sejam ao longo do processo devidamente trabalhados e entregues às pessoas adequadas. Nesse ponto, seguem algumas dicas.

Quantidade de informação

Em certos casos, o valor da informação pode ser negativo por causa de sobrecarga de informação entregue para análise. A ênfase primária que se deve ter ao disponibilizar informações não está na geração e na distribuição de enormes quantidades, mas no uso preciso de uma quantidade suficientemente pequena. Há um termo em inglês, “signal to noise ratio” que exemplifica bem isso. Até uma determinada amplitude, as informações emitidas são relevantes para o propósito. Além daquela margem, você estará transferindo “lixo informativo”, ou seja, informações sem relevância real que mais atrapalham do que ajudam.

signal to noise ratios Int competitiva

Qualidade de informação

Para coletar dados e informações em menor quantidade e com maior qualidade, você deve avaliar a todo instante se as informações com as quais você está trabalhando ou deseja disseminar possui as características geralmente comuns às boas informações. Pode-se dizer que, geralmente, elas são precisas, completas, econômicas, necessárias, confiáveis, relevantes, simples e verificáveis.

Uma última dica é que você saberá se está gerando informações boas, quando os tomadores de decisões demandarem mais informações de você.

Após aprender um pouco com este artigo sobre o processo de construção da Inteligência Competitiva, o que acha de compartilhar conosco, por meio de comentários, algumas de suas ideias de aplicabilidade desse conceito para alavancar seu negócio?


A Molde é uma empresa que dedica seus esforços para apoiar organizações empresariais a alcançar novos patamares de competitividade de mercado e acreditamos que esse objetivo se dá por meio de pilares que promovem a estabilidade operacional, a inteligência estratégica e a inovação da oferta. Certamente iremos encontrar o caminho ideal para que a sua empresa alcance esse novo patamar de competitividade!



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